quinta-feira, 3 de abril de 2014

Polônia: Óswiencim - Auschwitz, Campos de Concentração

Auschwitz - nem todo ponto turístico nos permite sorrir

Viajar sem dúvida é um dos momentos de lazer preferidos no mundo inteiro. Mas por que viajamos? As viagens são geralmente muito divertidas, prazerosas e momentos que nos permitem descansar a mente e o corpo. Mas as histórias do mundo fazem parte das viagens, dependendo, principalmente, do local de destino escolhido. Não há como mudar os fatos, mas, mais importante, há como conhecê-los a fundo e interagir com a história.
Sem dúvida, umas das histórias mais marcantes do mundo é a da Segunda Guerra Mundial. Muitas cidades invadidas, bombardeadas, divididas, famílias e lares destruídos, pessoas segregadas, marcadas, dizimadas...e quando se lembra do Nazismo, não há como não pensar nos tenebrosos campos de concentração, no episódio que ficou conhecido como Holocausto.
Posso lhes afirmar que vê-los pessoalmente é uma chance de sentir o que acontecia naquela época nestes lugares, uma chance de refletir sobre a vida e sobre os seres humanos. Eu lhes apresento os dois piores campos de concentração, hoje dois importantes museus da história mundial: Auschwitz I e Auschwitz II - Birkenau.

O trabalho o torna livre



Por todo o mundo, Auschwitz tornou-se um símbolo do terror, do genocídio, e do Holocausto. Foi criado pelo Nazismo em 1940, nos subúrbios da cidade de Óswiencim que, como outras partes da Polônia, foi ocupada pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial. O nome da cidade de Óswiencim foi mudado a Auschwitz, que se tornou também o nome do campo de concentração.
Pelos anos seguintes, o acampamento foi expandido e consistiu em três partes principais: Auschwitz I, Auschwitz II - Birkenau e Auschwitz III - Monowitz. Houve também mais 40 acampamentos secundários. Na segunda foto abaixo, cada chaminé dessas que ainda está de pé representava um galpão, uma cabana como estas da foto.


Auschwitz II - Birkenau

Auschwitz II - Birkenau

No início, poloneses eram aprisionados e mortos no acampamento. Mais tarde, os soviéticos, como prisioneiros de guerra, os ciganos, e os prisioneiros de guerra de outras nacionalidades também eram presos lá. A partir de 1942, o acampamento transformou-se no local de maior assassinato em massa da história da humanidade, que foi cometido contra os Judeus europeus como parte dos planos de Hitler para a destruição completa daquele povo. A maioria dos Judeus, homens, mulheres e crianças, deportados a Auschwitz foram enviados à morte nas câmaras de gás de Birkenau imediatamente após a chegada.



Câmara de Gás

Muitos chegavam a esses campos achando que se trabalhassem para Hitler teriam sua liberdade um dia (como diz a frase no portão da 1ª foto), mas logo descobriam a triste realidade. Com o tempo, todos os que para lá iam, já sabiam que era um caminho sem volta.
Mas a câmara de gás não era a pior forma de tortura, talvez viver ali fosse a maior das torturas. Obrigados a dormir praticamente uns em cima dos outros, limpar as imensas valas que serviam de banheiro a eles, onde muitos morriam de tanto passar mal, ficar presos em imensos galpões com um aquecimento que não dava vazão em pleno inverno e praticamente sem comida...

Camas


Em Aschwitz I, fica bem claro que era impossível escapar. Duas cercas de arame farpado e com corrente elétrica cercavam o campo, além de torres de vigia por todos os lados. Outra forma de execução era o paredão de fuzilamento. Na foto abaixo é possível ver um destes paredões em Auschwitz I. As janelas do prédio ao lado direito ficavam as pessoas que  seriam ali fuziladas, logo, as janelas eram abertas. No prédio ao lado esquerdo (que aparece na foto), o tipo de morte era ainda imprevisível e a morte não era uma certeza, por isso as janelas eram vedadas para que as pessoas não soubessem o que acontecia naquele beco do paredão.




No fim da Guerra, num esforço para remover os traços dos crimes que tinham cometido, os SS (Schutzstaffel, organização paramilitar ligada ao partido nazista - "Minha honra chama-se lealdade") começaram a desmontar e destruir as câmaras de gás, crematórios e outros edifícios (onde ocorriam outras torturas letais), assim como a queimar documentos.
O prisioneiros capazes de marchar foram obrigados a evacuar sob controle nazista-alemão para, como ficou conhecida, a marcha da morte, pois a maioria dos prisioneiros, muito enfraquecidos e até doentes, não aguentou percorrer as grandes distâncias que lhes eram impostas. Aqueles que ficaram para trás nos campos foram libertados pelos soldados do Exército Vermelho em janeiro de 1945. Em 1947 o parlamento polonês estabeleceu como museu do estado de Auschwitz-Birkenau as duas partes de terra existentes dos campos de Auschwitz I e de Auschwitz II - Birkenau.
Hoje, como museu, ainda é possível sentir todo o peso desta história, por isso, nem todo ponto turístico nos permite sorrir, mas muito tem a nos ensinar.





Como Visitar:
Informações geraishttp://en.auschwitz.org/z/
Acesso: Trem para Óswiencim e ônibus até o campo.