Chateau de Chambord, uma imponência que impressiona
O Vale do Loire é o lugar da vida de conto de fadas, local onde reis, rainhas e nobres em geral resolveram criar uma disputa de egos, ver quem construía o melhor e mais bonito castelo da região. A região é linda, com estradas que passam em meio às pequenas cidades, quase vilarejos, que compõem um cenário digno para um passeio romântico e histórico. Tudo muito limpo, pessoas receptivas e muito charme em cada cantinho do Vale. O Vale do Loire, dessa forma, é um vale cheio de castelos, alguns bem inteiros, com mobília, jardins e estrutura preservados, outros com parte disso preservado, pois tiveram histórias diferentes, e outros, ainda, completamente em ruínas. Hoje separei o castelo que é o primeiro destaque do vale para quem vem de Paris, é o Chateau de Chambord, que é de uma imponência que impressiona qualquer visitante.
Para compreender Chambord, é necessário deixar-se ganhar pela exaltação e excessos de Francisco I, que com apenas 25 anos de idade, quer dar a conhecer ao mundo as suas duas grandes paixões: a caça e a arquitetura. Para perceber toda a sua personalidade, parta progressivamente à descoberta de um local único construído no início do Renascimento. Deixe-se impressionar pelo seu gigantismo, fora de qualquer escala humana, e pela alquimia das formas e das estruturas onde nada é deixado ao acaso. Chambord é bem mais do que um castelo: é uma arquitetura de exceção, uma proeza técnica, um gigante de pedra… simplesmente o sonho do jovem rei Francisco.
Por todo o castelo se observa a letra "F" e a Salamandra, que para o rei Francisco, era símbolo de poder e força por sua brava resistência ao fogo.
A clareza geométrica do plano de Chambord, a harmonia das suas proporções e a fantasia dos telhados de torres, chaminés e lucarnas vertiginosas são fontes de admiração e de especificidades. Além disso, o terraço proporciona uma vista incrível para todo o terreno e seus jardins e floresta.
A sombra de Leonardo da Vinci, arquitecto oficial que morre meses antes da abertura do estaleiro de 1519, esvoaça sobre a esplendorosa escadaria dupla, uma das atrações do castelo. São duas escadas construídas formando uma hélice, dessa forma, empregados subiriam por um lado, nobreza pelo outro, e ninguém se encontraria no meio da escada.
Além do castelo em si, o terreno também é imenso, dizem que tem o tamanho da cidade de Paris, e hoje é uma das reservas ambientais da França, com a caça proibida. São 32 km de comprimento de muro cercando Chambord. No verão é possível passear um pouco a pé em uma pequena parte que margeia esta floresta.
Para quem gosta de história:
Francisco I, comanditário e grande mestre de caça real, apenas residiu umas semanas no castelo para caçar no couto, deixando-o desprovido de móveis e habitantes após cada passagem e finalmente inacabado. Os sucessores de Francisco I quase nunca visitam Chambord.
A construção só fica realmente acabada com Luís XIV, que aprecia tanto este local prestigioso ao ponto de aí fazer oito estadias de caça, bailados e peças de teatro. Acompanhado pela corte em 1668, o rei manda terminar a ala da capela, transformar uma parte do primeiro andar do torreão para instalar uma suite real, fugindo à lógica e à distribuição original, e também sobrelevar o recinto baixo de um andar para alojar mais pessoas. Estão também previstos ordenamentos exteriores, cavalariças e jardins, acabando por nada ser finalizado.
O século XVIII é, para Chambord, o período durante o qual os seus ocupantes efetuam estadias mais longas. O castelo transforma-se então em "presente" real prestigioso. Stanislas Leszczynski, sogro de Luís XV, espera que este lhe disponibilize um refúgio devido ao exílio imposto pelo seu país, e é nesse contexto que ele ocupa Chambord durante oito anos. A sua estadia caracteriza-se pela presença permanente de mobiliário no castelo provenientes do guarda-móveis de Versailles.
Em 1748 Maurice de Saxe torna-se, por dois anos, o novo ocupante de Chambord. No sentido de o recompensar pelas vitórias militares alcançadas pela França, é promovido a marechal, recebendo em 1748, pelo rei Luís XV, o título de governador vitalício do castelo de Chambord. Um novo mobiliário, proveniente dos guarda-móveis reais, guarnece novamente o castelo que é o quadro de uma vida faustosa de corte onde a caça e o teatro ocupam um lugar proeminente.
Durante o período revolucionário, as tergiversações relativas ao futuro de Chambord justificam o fato de que o castelo seja escolhido para depósitos de forragem, uma oficina de fabrico de explosivos, um estabelecimento prisional e a sede da 15ª corte da Legião de Honra. Consequentemente, muito foi saqueado e muito se perdeu.
Propriedade do Estado desde 1932, Chambord tem prosseguido sem parar os trabalhos de restauro.
Como Visitar:
Endereço: Domaine National de Chambord - Maison des Réfractaires
Horários: Está aberto durante todo o ano, exceto nos dias 1 de janeiro, 4 de fevereiro e 25 de dezembro.
De 22 de janeiro a 29 de março e de 1 de outubro a 31 de dezembro - das 10h às 17h.
De 30 de março a 30 de setembro - das 9h às 18h.
Ingresso: São €11,00 por pessoa e estacionamento gratuito.
Acesso: De carro alugado é a melhor opção para desfrutar ao máximo do Vale do Loire, as vias são bem sinalizadas e com GPS e placas fica tudo mais fácil, não tem erro, mas acrescente o valor dos pedágios às suas despesas (Rodovia A10). Há opção de ir de trem até cidades próximas, como Tours, mas depois teria que alugar um carro ou contratar uma empresa de turismo ou ir de ônibus.