Um castelo polonês de contos de fadas
A Polônia é uma cidade encantadora apesar das muitas marcas causadas pela 2ª Guerra Mundial. Vemos muitos monumentos e traços desta época de terror. Mas assim como outros países da Europa, a Polônia se reergueu. Tudo o que sobrou foi preservado e o que foi destruído, reconstruído da forma mais fiel ao original.
O povo polonês é muito humilde e muito atencioso, porém em alguns lugares pouco se fala inglês, o que dificulta a vida do turista. E pelas marcas da guerra, a maioria sabe, mas não curte muito falar alemão. Como fiz esta viagem há uns anos atrás, acredito que hoje tenha mais gente falando inglês.
Uma cidade que junta história e muitos encantos é Cracóvia (Kraków, em polonês). Há diversas atrações turísticas na cidade, contudo, andar por suas ruas já é um passeio maravilhoso. Um dos pontos turísticos que se destacam na cidade é o maravilhoso Castelo Real de Wawel (Zamek Królewski na Wawelu, em polonês), que é composto de duas atrações principais, o Castelo e a Catedral.
O Castelo está localizado na colina Wawel, na margem esquerda do rio Vistula (Wisła), compondo um cenário deslumbrante.
Um pouco de história:
Os primórdios da residência dos governantes poloneses na Colina Wawel remontam a um românico edifício de pedra de meados do século 11, chamado de palatium, cujos restos estão localizados na ala norte do atual Castelo. Com o tempo, a residência do príncipe na colina foi expandido para o leste. Juntamente com a catedral, foi chamado de "Castelo de Cima", enquanto "o Castelo de Baixo" era um povoado que consistia em igrejas e casas da côrte e de clérigos.
No século 14 o castelo foi consideravelmente ampliado. Casimiro, o Grande, construiu uma residência gótica impressionante, constituída por vários edifícios agrupados em torno de um pátio irregular na parte oriental da colina. Durante o reinado de Ladislas Jagiello, na virada do século 15, um pavilhão gótico, que mais tarde ficou conhecido como Torre Dinamarquesa, foi adicionado ao Castelo. Depois disso, o complexo permaneceu inalterado até ao fogo em 1499.
Por volta de 1504, o rei Alexandre Jagiello encomendou um arquiteto alemão e um escultor e arquiteto italiano para reconstruir a residência gótica em estilo renascentista, ganhando decorações de esculturas, frisos e retratos reais pintados nas paredes, além de tapeçarias e outros trabalhos de verdadeira arte renascentista. O irmão do rei Sigismundo I (o Velho) continuou este empreendimento a partir de 1507.
O edifício renascentista, preservado até hoje, com o seu belo pátio de arcadas, é impressionante por seu traçado monumental, espaçosos interiores, bem iluminados, e uso magnífico de formas arquitetônicas provenientes de arte antiga, até então desconhecida na Polônia. O edifício foi um avanço no desenvolvimento da arquitetura na Polônia. No século 16, o castelo foi a sede da Câmara dos Deputados cujas sessões foram realizadas na Sala dos Embaixadores. As sessões do Senado foram realizadas na Câmara Senatorial.
Após o segundo incêndio, em 1595, uma parte da ala norte do castelo foi reconstruída em estilo barroco antigo por Sigismund III (Vasa). A partir do momento em que a corte real se mudou permanentemente para Varsóvia (em torno de 1610), os monarcas poloneses residiam no Wawel apenas periodicamente, principalmente para participar de casamentos luxuosos, coroações e funerais. Em 1702, sob a ocupação sueca, houve outro perigoso incêndio no Castelo. Mais tarde, embora restaurado, o Castelo Wawel nunca alcançou seu esplendor original novamente.
Depois da Polônia perder sua independência em 1796, os austríacos assumiram o Castelo e o transformaram em quartéis militares. Depois que o exército austríaco deixou o castelo em 1911, ele retornou para os poloneses e a sua restauração começou. Isso durou quase meio século, mas o castelo foi restaurado quase a sua condição original. Um museu foi criado nos interiores com tapeçarias Sigismund Augusto, recuperado de Rússia soviética, como a exposição principal. No período entre as duas grandes guerras, o Castelo também foi residência do Chefe de Estado. Na última década do século 20 todo o complexo - agora sob os cuidados do Museu Real do Castelo Wawel - Coleção de Arte do Estado - foi submetido a mais uma restauração completa.
A Visita:
Reserve pelo menos meio dia para se encantar com o elaborado passeio de duas atrações em uma. O Castelo Wawel tem torres e muralhas que nos remetem aos castelos medievais, mas todas as atenções estão voltadas para a Catedral e a área do palácio, que contém os Apartamentos Reais Privados e os Salões de Estado.
Portão de Entrada |
A magnífica catedral (Katedra Wawelska), com sua planta nada óbvia, é o local de repouso final de uma infinidade de importantes religiosos e antigos monarcas poloneses. Destaque para a capela de Sigismundo, que guarda o corpo dos reis Sigismundo I e II, e o mausoléu de Santo Estanislau. Capital do país de 1038 a 1569, aqui estão os restos de 39 dos 45 monarcas do país. Aqui também estão enterrados heróis nacionais como Tadeusz Kosciuszko e de poetas como Adam Mickiewicz. Vestígios das antigas igrejas que existiram neste local antes da construção da catedral, ainda existem.
O Sino de Sigismundo é o maior da Polônia. Foi feito em 1520, pesa quase 11 toneladas e tem mais de 2 metros de diâmetro. São precisos de oito a doze homens para o fazer tocar, o que só acontece nas ocasiões mais importantes, como a eleição de um papa ou o início e fim de uma guerra. Com sua localização no alto de uma colina e no alto da torre, pelo que se conta, seu badalo pode ser ouvido por até 50 km de distância.
Como todo bom castelo, este possui um "conto de fadas". Diz a lenda que entre o ano 600 e 800 uma tribo eslava decidiu fixar-se neste local. Na colina construíram o seu Castelo e a seus pés levantaram uma pequena cidade. O seu rei chamava-se Krak, que originou o nome atual da cidade de Cracóvia. O castelo do rei Krak foi erguido sobre rochas muito altas que formavam fendas, e numa dessa fendas vivia um gigantesco dragão que se alimentava das ovelhas e raptava as donzelas. A população vivia assustada e nem se atrevia a sair à rua.
Um dia o rei resolveu oferecer a mão da sua filha ao valente rapaz que conseguisse matar o dragão. Muitos cavaleiros tentaram sem sucesso abater o dragão, até que um jovem sapateiro teve a ideia de fazer uma ovelha gigante de pele recheada com enxofre e a colocou na porta da caverna do dragão. Quando o dragão guloso viu a ovelha tratou logo de a comer, mas o enxofre fez com que ficasse com a barriga a arder. Para tentar apagar o fogo o dragão lançou-se ao rio Vistula e bebeu tanta água que explodiu!
O esperto sapateiro de nome Skuba casou-se com a princesa que achou que era bom ter um marido tão esperto e engenhoso. Ainda hoje se chama em Cracóvia "Skubany" a alguém que seja esperto e capaz de sair de situações difíceis. Desta história só resta hoje uma enorme gruta conhecida como "Caverna do Dragão" na qual se pode entrar visitando o Castelo, e o Dragão tornou-se uma mascote muito querida da cidade. Qualquer turista que se preze leva sempre um dragãozinho como recordação. (referência)
Caverna do Dragão |
A visita ao palácio e às exposições podem ser feitas com guia ou não, dependendo da parte a ser visitada. Contudo, o número de visitantes por horário é limitado, então é importante ficar atento aos horários para não perder o ingresso, os quais podem se esgotar rapidamente.
Como Visitar:
Endereço: 31-001 Kraków, Wawel 5
Acesso: O Castelo tem fácil acesso para quem está a pé, ficando a cerca de 2 quilômetros da estação de trem e de 1 quilômetro do centro. Quem for de carro precisa estacionar fora do castelo.
Horários e Ingressos: É permitida a entrada até 1 hora antes da bilheteria fechar, mas cada atração tem seu horário e preço específicos. Consulte os horários e os preços aqui.
Outras Informações: para informações sobre exposições, mapa do local, dentre outras coisas, clique aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Se você já foi ou ficou com vontade de conhecer este local, deixe aqui seu comentário.