sexta-feira, 29 de maio de 2015

Holanda: Den Haag - Madurodam

Madurodam - virando criança por um dia

    A Holanda é um país lindo, com muito a se ver. Lindas paisagens como as que vimos em postagem anterior sobre o Kinderdijk, museus dos mais variados tipos, sendo alguns até bem curiosos como o Museu do Sexo e o museu do Nosso Senhor do Sótão, ambos em Amsterdam. Também há museus de arte impressionantes como o do Escher, que também visitamos em postagem anterior, na cidade de Den Haag ou Haia em português. Enfim, há muito o que ver, fazer e conhecer, seja culturalmente falando, visualmente lindo ou simplesmente gostoso.
   Aproveitando que falamos em Den Haag, esta é uma cidade que com certeza não pode ficar de fora do seu roteiro de viagens pela Holanda, pois é uma cidade encantadora e com vários pontos turístico legais e interessantes. Um dos lugares a ser visitado, te possibilita conhecer toda a Holanda em menos de um dia e de uma forma bem divertida. Ficou curioso? Então venha comigo conhecer esta fabulosa Holanda em miniatura no parque Madurodam.


   Madurodam foi assim batizado em homenagem a George Maduro, um estudante de direito judeu de Curaçao que lutou as forças de ocupação nazistas como um membro da resistência holandesa e morreu no campo de concentração de Dachau, em 1945. Em 1946, Maduro foi postumamente condecorado com a Medalha de Cavaleiro quarta-classe de da Ordem Militar de William, a decoração militar mais alto e mais antigo do Reino dos Países Baixos, para o valor que tinha demonstrado na Batalha dos Países Baixos contra tropas alemãs.


   Uma senhora chamada B. Boon-van der Starp era um membro de uma fundação para os alunos Sanatório holandês. Neste sanatório estudantes com tuberculose poderiam começar suas curas, mas eles também poderiam estudar. O pós-tratamento custava muito dinheiro, e ele não estava disponível. O apoio financeiro foi necessário. A senhora Boon-van der Starp ouviu falar sobre um parque em miniatura em Beaconsfield, Inglaterra - Bekonscot. Este parque rendia muito de dinheiro e dava bastante lucro, e uma grande parte do que foi arrecadao, foi doado a cada ano para um hospital em Londres.
   Após uma reunião entre os pais de George Maduro e Sra Boon-van der Starp, eles decidiram doar os fundos necessários para o projeto Madurodam. Ao doar o dinheiro que era necessário para o projeto, os pais de George Maduro fizeram um memorial para seu filho.


    Madurodam é sem dúvida um dos parques de miniaturas mais bem feitos do mundo, pois a atenção e o cuidado com cada detalhe é imprescindível. Cada objeto em Madurodam foi construído em uma escala de 1:25. Quando os gerentes decidem que uma miniatura específica tem que ser fabricada para Madurodam, os construtores vão primeiro pesquisar todos os aspectos do edifício real. Eles vão pesquisar a forma, cor e todas as outras propriedades desse objeto, através da análise de muitos quadros. Após esta busca por informações é possível começar a fazer os modelos. Um computador mede tudo e envia todas as informações para uma máquina que faz o modelo físico. O modelo vai para a sala de pintura onde ganha o visual final. Nesta sala de pinturas as restaurações também têm lugar, pois como a maioria das miniaturas ficam dispostas ao ar livre, elas precisam de retoques de pintura regulares.







   Madurodam mostra uma visão realista dos Países Baixos em escala reduzida. Tudo, incluindo a flora e a decoração das ruas, é modelado na escala correta. Estas árvores precisam ser mantidas pequenas, então há muito trabalho envolvido nisto. Também há um grande número de pessoas pequenas em torno dos edifícios, o que mostra a vida real do povo holandês. Estes moradores também mudam com o tempo. No inverno eles usam jaquetas e roupas quentes e no verão eles usam camisetas. Esses pequenos moradores de Madurodam tornam-se cada vez mais multiculturais. Agora também é possível ver alguns dos residentes que vieram de outros países (imigrantes), porque esta é também a realidade na vida na Holanda.










   Além das miniaturas, é possível se divertir com outros atrativos do parque, como o da foto abaixo. Este é o melhor lugar para ser criança por um dia outra vez.



Como Visitar:

Endereço: George Maduroplein 1, Den Haag.

Acesso: O acesso para quem chega a Den Haag de trem na Estação Central pode ser feito por meio do bonde (tram) número 9. Para outras formas de acesso veja o site.

Horários: O horário de abertura e fechamento varia conforme os meses do ano. Então confira os horários aqui antes de ir.

Ingresso: Os ingressos para adultos, por pessoa, custam €15,50 (euros). Uma família de 4 pessoas paga um preço promocional de €46,50 (euros) no total. Os ingressos podem ser comprados no local ou online. Consulte e compre aqui.

Outras informações: Veja no site oficial.

domingo, 24 de maio de 2015

Bélgica: Bruges - Brugse Vrije (Palácio Liberdade)

Brugse Vrije - o verdadeiro tribunal do século XVI

    A cidade de Bruges, conhecida como a Veneza do norte (aliás, existem outras Venezas do norte), é uma cidade de ares medievais, incomparavelmente linda e que merece a visita de todos os turistas que passam pela Bélgica. É um lugar ótimo para famílias, mas excelente para casais apaixonados. Sim, o charme da cidade deixa o clima de amor no ar. A cidade é linda em qualquer estação, mas em épocas mais quentes as flores deixam a cidade ainda mais exuberante.
    Já falei em postagem anterior sobre o maravilhoso passeio de barco pelos canais da cidade, onde se consegue ter uma visão geral da cidade e por um ângulo diferenciado. Mas não há como conhecer Bruges se você não gastar umas boas horas caminhando por suas ruas, que são uma verdadeira volta no tempo.



    Um dos lugares a ser desbravado está situado na Burg Place (Praça do Castelo). Nesta praça ficava o fortificado castelo do Conde Baldwin I contra normandos e vikings que mais tarde foi substituído pela igreja de St. Donatius. Aqui, Carlos, o Bom, Conde de Flandres, foi assassinado em 1127. Na praça há a Stadhuis, uma das prefeituras mais antigas da Bélgica construída entre 1376 e 1420 com a fachada em delicado estilo gótico; o Brugse Vrije (antigo tribunal); a Heilig-Bloedbasiliek (Basílica do Sangue Sagrado). Todos merecem uma visita, mas hoje darei destaque ao Brugse Vrije, o antigo tribunal no Palácio Liberdade. Venha comigo dar uma volta pelo túnel do tempo e conhecer um verdadeiro tribunal do século XVI.



    A visita consiste em entrar no Palácio e dirigir-se a um salão, o salão do tribunal. Lá há algumas cadeiras para você se sentar e apreciar cada detalhe (e são muitos). Para ajudar nisto, na entrada eles te dão um pequeno "mapa" dizendo o que é cada coisa do salão. Mas irei te ajudar um pouquinho antecipando um pouco da história do lugar.
   O palácio data de 1722 a 1727, quando substituiu um edifício do século 16, como a sede da Liberdade de Bruges (Liberty of Bruges) - Liberdade era o nome do distrito em torno de Bruges, na Idade Média. 


  O palácio mais tarde se tornou um tribunal justiça. Dentro, no número 11A, está o Salão Renascentista da Liberdade de Bruges (Renaissancezaal Brugse Vrije), câmara do conselho da Liberdade, que foi restaurado à sua condição original do século 16. O salão tem uma exuberante lareira de mármore preto decorado com um friso de alabastro e encimado por uma chaminé em carvalho com estátuas do imperador Charles V, que visitou Bruges em 1515, e seus avós: o imperador Maximiliano da Áustria, duquesa Maria de Borgonha, o rei Fernando II de Aragão, e da rainha Isabel I de Castela. Os bancos, cadeiras e mesa principal ainda são originais. Hoje, o Palácio Liberdade abriga o Conselho de Administração da cidade.




    Um quadro retrata a antiga organização da sala do Conselho do Palácio de Bruges, na qual se nota as paredes cobertas por tapeçaria e algumas pequenas diferenças para a sala-museu de hoje.


   Nesta mesma praça há alguns restaurantes, então, para terminar seu passeio com chave de ouro, aproveite para provar o prato típico da cidade, o Carbonnade a La Flamande, que é uma carne cozida na cerveja escura belga acompanhado de batatas fritas (o que não podia faltar). Uma delícia!



Como Visitar:

Acesso: Em Bruges, as principais atrações turísticas dão para visitar a pé. Então busque um mapa da cidade no seu hotel ou estação de trem e caminhe até a Burg Place.

Horários: Aberto todos os dias das 9:30h às 12:30h e das 13:30h às 17h, com última entrada às 16:30h. Fechado somente no Natal, Ano Novo e dia 14 de maio.

Ingresso: Adultos pagam €4,00 (euros) por pessoa, maiores de 65 e menores de 26 pagam €3,00 (euros) e crianças abaixo de 12 anos não pagam

Outras Informações: clique aqui.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Alemanha: Berlim - Gedächtniskirche

Um memorial ao imperador e uma lembrança da 2ª Guerra

   Berlim é uma cidade encantadora, com um povo é muito solícito e simpático e uma comida deliciosa, com grandes surpresas a cada restaurante. Mesmo sendo uma grande metrópole, o ritmo de vida não é tão acelerado e a cidade poderia ser um enorme museu de história.
    A maioria das edificações destruídas na 2ª Guerra Mundial foram reconstruídas, muitas delas, em sua forma original. Dentre as principais atrações de Berlim está a Gedächtniskirche ou Igreja Memorial ao Imperador Guilherme. Mas esta igreja não foi reformada, pelo contrário, foi deixada em sua forma original de destruição como uma lembrança do que foi a guerra para os alemães e para toda a Europa.
  Assim, no centro do que seria a Berlim ocidental na época da Guerra Fria, onde as ruas Kurfürstendamm e Tauenzientstrasse se cruzam, as duas avenidas mais visitadas dessa área, se encontra a Igreja em estilo neo-românico, que depois de ter sido destruída durante a Segunda Guerra, permaneceu em ruínas como um memorial dos estragos da guerra e tornou-se assim um símbolo de Berlim. Venha comigo conhecer a Gedächtniskirche.


   O rei Wilhelm II (Guilherme II) decidiu nomear a igreja em honra de seu avô, o rei Wilhelm I. A pedra fundamental foi lançada em 22 de Março de 1891, que era o aniversário de Wilhelm I. A concorrência para o projeto foi ganha por Franz Schwechten que planejou para uma grande igreja, a construção em estilo neo-românico, incluindo 2.740 metros quadrados de parede de mosaico. O pináculo tinha 113 metros de altura e a nave comportava mais de 2.000 pessoas sentadas. A igreja foi consagrada por completo em 22 de Fevereiro de 1906.


   Na Segunda Guerra Mundial, na noite de 23 de Novembro de 1943, a igreja foi irreparavelmente danificados em um ataque aéreo. A igreja foi muito destruída, mas parte da torre e grande parte do hall de entrada sobreviveram. Hoje, dentro da ruína pode-se desfrutar dos mosaicos que restaram e há também uma documentação sobre a história da igreja.





    Em 1961 foi construído ao lado da ruína a nova igreja com sua torre de sinos que contrastam com a antiga igreja. Ela é composta de elementos hexagonais de concreto, onde são encontrados blocos de vidro. Dentro da nave octogonal da igreja, os blocos de vidro coloridos produzem uma intensa luz azul e uma calma meditativa.





Como Visitar:

Endereço: Breitscheidplatz, 10789 Berlin (Charlottenburg)

Acesso: É possível chegar lá de metrô e de ônibus, inclusive com o ônibus 100 que faz trajeto passando por diversos pontos turísticos da cidade. Veja a relação completa aqui.
Informações sobre o ônibus 100, clique aqui.

Horário: Aberto diariamente, das 9h às 19h.

Tour Guiado: Os horários para o tour guiado são mais restritos e o ingresso custa €4,00 euros por pessoa. Veja detalhes aqui.

Outras informações: clique aqui ou vá ao site oficial em alemão.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Suécia: Estocolmo - Skansen, Museu a Céu Aberto

Skansen, um lugar para conhecer a vida na Suécia

    A cidade de Estocolmo, capital da Suécia, formada por 14 ilhas, é a mais populosa da região nórdica, sede do governo sueco e residência da monarquia sueca. Por tudo isso e ainda por ter suas referências mais antigas datadas de meados do século 13, Estocolmo merece uma visita. É uma cidade encantadora, com um povo muito acolhedor e que vem atraindo milhares de turistas todos os anos por sua beleza, peculiaridades e histórias. Uma maneira de descobrir como é a cultura deste país, onde moram, como se vestem e o que comem, e de conhecer seus animais é visitando o Skansen. Então venha comigo conhecer um pouco deste curioso e antigo museu a céu aberto.


    O Skansen foi fundado por Artur Hazelius em 1891. É o mais antigo museu a céu aberto do mundo, e está situado na ilha de Djurgården, dentro dos limites da cidade de Estocolmo. Os ideais do fundador permanecem vivos no museu. Ele queria trazer à vida a tradicional cultura rural do país, exibindo casas mobiliadas e fazendas, terrenos cultivados e jardins e animais domésticos e selvagens. Em seu início, o museu Skansen tinha seu foco sobre a agricultura e a cultura Sami (povo "indígena" que habita a Lapônia, região do Ártico).
    Após uma extensa viagem, Hazelius comprou cerca de 150 casas de todo o país e enviou por navio peça por peça dessas casas para o museu, onde foram reconstruídas para fornecer uma imagem única da tradicional Suécia. Apenas três dos edifícios no museu não são originais, e foram meticulosamente copiados a partir de exemplos que ele havia encontrado. Todos os edifícios estão abertos aos visitantes para mostrar todas as formas de vida suecas, passando pelas simples aldeias agrícolas às ricas residências da nobreza.
    Os locais ilustram as diferentes condições sociais em que as pessoas viviam na Suécia, entre o século 16 e a primeira metade do século 20. A maioria das casas e fazendas são de 18, 19 e início do século 20.





     O museu apresenta também uma reprodução fidedigna de uma pequena cidade com as oficinas dos artesãos que trabalhavam o couro, a prata e o vidro, além de uma padaria ativa que possibilita ao visitante desfrutar do aroma e sabor do delicioso pão sueco. No parque do museu que se estende sobre uma área de 300.000 m², encontra-se um extenso jardim zoológico que mostra uma grande variedade de espécies da Escandinávia e outras mais exóticas.
     Recentemente a rede de televisão brasileira Globo fez uma reportagem especial na Suécia e mostrou no programa Globo Repórter esse museu tão incrível. Vejam a reportagem aqui.


    Na saída do museu ainda dá para tirar um foto com um dos símbolos da cidade de Estocolmo, o cavalinho Dala ou Dalahastar (Dala Horse).
   A imagem do cavalo remonta a milhares de anos. A magia e mística que envolve os cavalos inspirou povos a recriar sua imagem em cavernas e pinturas em rochas. Os cavalos foram altamente valorizados e tornaram-se um símbolo de força e coragem.
    No século 17 cavalinhos de madeira eram vendidos em mercados em pequenas cidades e aldeias em Dalarna, no centro da Suécia. Cem anos mais tarde os cavalos de madeira foram esculpidos por homens que trabalhavam nas florestas, durante as longas noites de inverno, e foram levados para a aldeia, para as crianças brincarem. Assim, o pequeno cavalo de madeira de Dalarna tornou-se um objeto precioso.
    Posteriormente, estes simples cavalos de madeira foram pintados em cores brilhantes inspiradas nos moldes e padrões de temas florais pintados em móveis e paredes na região. Durante esse tempo, vendedores ambulantes que vendiam artigos de uso doméstico tradicionais também trariam Dalahastar para usar como forma de pagamento para hospedagem e alimentação.
    Eles também se tornaram uma importante fonte de renda para as famílias mais pobres. Até mesmo crianças tiveram que aprender a esculpir cavalos de madeira depois de voltar da escola para casa. Os filhos de uma tal família, com 13 e 15 anos de idade, começaram um pequeno negócio em 1928. Seus filhos e netos ainda estão produzindo os cavalos Dala até hoje em dia em uma pequena aldeia chamada Nusnäs em Dalarna. O Dalahast agora se tornou um autêntico símbolo da Suécia, tendo ficado famoso no mundo inteiro na Exposição Mundial de Nova York de 1939, onde um Dalahast gigante foi a sensação entre os visitantes.
     Descubra mais sobre o Dalahastar aqui.




Como Visitar:

Endereço: Djurgårdsslätten 49-51, 115 21 Estocolmo, Suécia.

Acesso: O acesso pode ser feito de várias formas desde a pé a partir do centro de Estocolmo, de ônibus, bonde ou carro. Veja a melhor opção aqui ou planeje por aqui.

Horários: Abre durante todo o ano a partir das 10h, com horários variados de fechamento conforme o mês do ano.

Ingresso: Os ingressos podem variar de SEK 180,- (coroas suecas) no verão (aproximadamente €19,40 euros ou R$66,60 reais) a SEK 100,- no inverno (cerca de €10,80 euros ou R$37,00 reais). Para informações mais detalhadas de horários e preços de ingressos acesse o site.

Mapa do Museu: acesse aqui.

Outras Informações: clique aqui.

sábado, 2 de maio de 2015

Brasil: Rio de Janeiro - Jardim Botânico

A herança portuguesa mais bonita da cidade

    O Rio de Janeiro atrai milhares de turistas todos os anos, de toda parte do mundo, especialmente por suas belezas naturais como as praias e os belos contornos de sua orla, mas também por belezas que tiveram contribuições do homem, como o Pão de Açúcar e o Corcovado.
     Um dos lugares mais bem preservados, que foi herança portuguesa para a cidade e que encanta moradores e turistas por sua exuberância é o Jardim Botânico. Não possui palácios ou construções magníficas, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro a principal atração é a exuberância da natureza.
     Se você gosta de passar um dia desfrutando da beleza das árvores, caminhando em meio a muito verde e relaxando, venha conhecer o Jardim Botânico do Rio.


   O Jardim Botânico do Rio de Janeiro – JBRJ – foi fundado em 13 de junho de 1808. Ele surgiu de uma decisão do então príncipe regente português D. João VI de instalar no local uma fábrica de pólvora e um jardim para aclimatação de espécies vegetais originárias de outras partes do mundo. O Jardim Botânico do Rio de Janeiro iniciou suas atividades inserido no projeto de pesquisa luso, e seguia orientações elaboradas anteriormente em Portugal. O primeiro desafio foi aclimatar as chamadas especiarias do Oriente: baunilha, canela, pimenta e outras. Assim, inicialmente foi um local de experiências com vegetais enviados de outras províncias portuguesas, além daqueles oriundos do Jardim Botânico La Gabrielle, na Guiana Francesa, recém-invadida pelas tropas luso-brasileiras.

  Em linhas gerais, aclimatar uma espécie de planta significava, primeiramente, aperfeiçoar o transporte das mudas e sementes, muitas vezes trazidas de outros continentes em viagens que duravam meses; depois, construir viveiros para semeá-las; e, finalmente, transplantar os vegetais para o solo em diferentes áreas e observar a necessidade de incidência de sol, sombra, água etc. de cada um deles. Uma vez que tais experiências eram baseadas na literatura produzida sobretudo na Europa, eram necessárias investigações acerca da adaptação das plantas ao clima e solo brasileiros.

    Durante o reinado de D. João VI, houve um especial incentivo à plantação da Camellia sinensis, da qual se produz o chamado chá preto. Para adquirir conhecimentos sobre a cultura do chá, o príncipe regente trouxe chineses para o Brasil, por serem eles detentores de saberes milenares acerca da cultura e do beneficiamento do produto. O Jardim Botânico foi escolhido como local de plantação do chá e centralizou as etapas de produção até a fase de consumo. Nas décadas de 1820 e 1830, ali colhiam-se anualmente cerca de 340kg da folha. Porém o principal objetivo na implantação dessa cultura era o estudo e a produção de sementes e mudas com intuito de distribuí-las entre as províncias do Império, incentivando o plantio com vistas à exportação.

   Outras culturas foram objetos de investigações técnico-científicas na época, no esforço de obter matérias-primas para a produção de mercadorias que oferecessem rentabilidade, como por exemplo a palha da bombonaça (Carludovica palmata), para confecção dos chamados chapéus do Chile ou do Panamá, e as amoreiras (Morus nigra), para alimentar casulos do bicho-da-seda. Para saber mais sobre cada espécie de planta, clique aqui.

  Concomitante às investigações dos vegetais, a área do arboreto foi sendo ampliada para servir também como espaço de lazer da população e, assim, buscou-se adorná-lo com lagos e cascatas e procedeu-se ao aterramento e drenagem dos pântanos com o objetivo de ampliar a área. Contudo, foram estabelecidas regras para um lazer diferenciado daquele praticado em parques públicos revelando a preocupação em contemplar e ordenar as duas vertentes institucionais. O Jardim Botânico conferia à Corte ares de ‘civilidade’ e ajudava a propagar a beleza e a exuberância da natureza brasileira, inclusive junto aos estrangeiros que aportavam na cidade.

   Hoje o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro – nome que recebeu em 1995, é um órgão federal vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e constitui-se como um dos mais importantes centros de pesquisa mundiais nas áreas de botânica e conservação da biodiversidade.











    O Jardim Botânico conta ainda com um lindo orquidário, museus e espaço de exposições.





    Além da flora é possível desfrutar da presença de alguns animais, como pequenos micos e pássaros, e de vistas privilegiadas.




Como Visitar:
Acesso: É muito fácil chegar ao Jardim Botânico e possui diversas formas de transporte público para chegar até lá. Confira aqui.

Horários: De 3ª a Domingo, das 8h às 17h e 2ª das 12h às 17h.

Ingresso: R$ 7,00, com gratuidade para crianças até 7 anos, idosos acima de 60 anos e estudantes da rede pública.

Outras Informações: Para informações sobre museus e exposições, clique aqui.