A herança portuguesa mais bonita da cidade
O Rio de Janeiro atrai milhares de turistas todos os anos, de toda parte do mundo, especialmente por suas belezas naturais como as praias e os belos contornos de sua orla, mas também por belezas que tiveram contribuições do homem, como o Pão de Açúcar e o Corcovado.
Um dos lugares mais bem preservados, que foi herança portuguesa para a cidade e que encanta moradores e turistas por sua exuberância é o Jardim Botânico. Não possui palácios ou construções magníficas, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro a principal atração é a exuberância da natureza.
Se você gosta de passar um dia desfrutando da beleza das árvores, caminhando em meio a muito verde e relaxando, venha conhecer o Jardim Botânico do Rio.
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro – JBRJ – foi fundado em 13 de junho de 1808. Ele surgiu de uma decisão do então príncipe regente português D. João VI de instalar no local uma fábrica de pólvora e um jardim para aclimatação de espécies vegetais originárias de outras partes do mundo. O Jardim Botânico do Rio de Janeiro iniciou suas atividades inserido no projeto de pesquisa luso, e seguia orientações elaboradas anteriormente em Portugal. O primeiro desafio foi aclimatar as chamadas especiarias do Oriente: baunilha, canela, pimenta e outras. Assim, inicialmente foi um local de experiências com vegetais enviados de outras províncias portuguesas, além daqueles oriundos do Jardim Botânico La Gabrielle, na Guiana Francesa, recém-invadida pelas tropas luso-brasileiras.
Em linhas gerais, aclimatar uma espécie de planta significava, primeiramente, aperfeiçoar o transporte das mudas e sementes, muitas vezes trazidas de outros continentes em viagens que duravam meses; depois, construir viveiros para semeá-las; e, finalmente, transplantar os vegetais para o solo em diferentes áreas e observar a necessidade de incidência de sol, sombra, água etc. de cada um deles. Uma vez que tais experiências eram baseadas na literatura produzida sobretudo na Europa, eram necessárias investigações acerca da adaptação das plantas ao clima e solo brasileiros.
Durante o reinado de D. João VI, houve um especial incentivo à plantação da Camellia sinensis, da qual se produz o chamado chá preto. Para adquirir conhecimentos sobre a cultura do chá, o príncipe regente trouxe chineses para o Brasil, por serem eles detentores de saberes milenares acerca da cultura e do beneficiamento do produto. O Jardim Botânico foi escolhido como local de plantação do chá e centralizou as etapas de produção até a fase de consumo. Nas décadas de 1820 e 1830, ali colhiam-se anualmente cerca de 340kg da folha. Porém o principal objetivo na implantação dessa cultura era o estudo e a produção de sementes e mudas com intuito de distribuí-las entre as províncias do Império, incentivando o plantio com vistas à exportação.
Outras culturas foram objetos de investigações técnico-científicas na época, no esforço de obter matérias-primas para a produção de mercadorias que oferecessem rentabilidade, como por exemplo a palha da bombonaça (Carludovica palmata), para confecção dos chamados chapéus do Chile ou do Panamá, e as amoreiras (Morus nigra), para alimentar casulos do bicho-da-seda. Para saber mais sobre cada espécie de planta, clique aqui.
Concomitante às investigações dos vegetais, a área do arboreto foi sendo ampliada para servir também como espaço de lazer da população e, assim, buscou-se adorná-lo com lagos e cascatas e procedeu-se ao aterramento e drenagem dos pântanos com o objetivo de ampliar a área. Contudo, foram estabelecidas regras para um lazer diferenciado daquele praticado em parques públicos revelando a preocupação em contemplar e ordenar as duas vertentes institucionais. O Jardim Botânico conferia à Corte ares de ‘civilidade’ e ajudava a propagar a beleza e a exuberância da natureza brasileira, inclusive junto aos estrangeiros que aportavam na cidade.
Hoje o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro – nome que recebeu em 1995, é um órgão federal vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e constitui-se como um dos mais importantes centros de pesquisa mundiais nas áreas de botânica e conservação da biodiversidade.
O Jardim Botânico conta ainda com um lindo orquidário, museus e espaço de exposições.
Além da flora é possível desfrutar da presença de alguns animais, como pequenos micos e pássaros, e de vistas privilegiadas.
Como Visitar:
Acesso: É muito fácil chegar ao Jardim Botânico e possui diversas formas de transporte público para chegar até lá. Confira aqui.
Horários: De 3ª a Domingo, das 8h às 17h e 2ª das 12h às 17h.
Ingresso: R$ 7,00, com gratuidade para crianças até 7 anos, idosos acima de 60 anos e estudantes da rede pública.
Outras Informações: Para informações sobre museus e exposições, clique aqui.
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